A Vacina Oral da Poliomielite (VOP) marcou uma era de proteção contra a pólio no Brasil, com a figura do Zé Gotinha que se tornou um símbolo de saúde e esperança para milhões de brasileiros. Ele esteve presente nos postos de saúde, nas campanhas, na TV, sites e redes sociais mostrando a importância da imunização.
Em julho de 2023, o Ministério da Saúde apresentou um programa de substituição gradual da VOP pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), a qual é administrada pela via injetável. A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina.
A partir de novembro de 2024, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser exclusivo com vacina inativada poliomielite (VIP), sendo administradas três doses de VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade e um reforço com o referido imunobiológico aos 15 meses.
A mudança da vacina contra a poliomielite de gotinha para injetável no Brasil tem como objetivo aumentar a eficácia da imunização e melhorar a cobertura vacinal. A principal razão para essa alteração é a melhor proteção a longo prazo oferecida pela vacina injetável (VIP), em comparação com a vacina oral (VOP), que era administrada em forma de gotinhas.
Veja alguns motivos para a mudança da vacina:
Maior eficácia: A vacina injetável (VIP) oferece uma proteção mais robusta contra a poliomielite, pois é composta por vírus inativados, enquanto a vacina oral (VOP) contém o vírus atenuado. A vacina injetável tem menos risco de falha na imunização, especialmente em populações vulneráveis.
Eliminação do risco de transmissão do vírus: Embora a vacina oral tenha sido muito eficaz na erradicação da pólio, ela tem o risco de causar a síndrome de poliomielite associada à vacina (VAPP) em casos raros, onde o vírus atenuado presente na gotinha pode voltar a causar doença em indivíduos imunocomprometidos. A versão injetável elimina esse risco, sendo mais segura para toda a população.
Compromissos internacionais: A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado a transição para a vacina injetável em países que já alcançaram a erradicação da poliomielite. Isso faz parte de uma estratégia global para garantir a imunização de forma mais segura e eficaz, com o objetivo de erradicar a doença em nível mundial.
Mudança no contexto epidemiológico: Com a erradicação da poliomielite no Brasil e na maioria dos países da América Latina, a mudança para a vacina injetável é vista como um passo natural para garantir que a proteção seja mantida sem os riscos do uso do vírus atenuado.
O futuro do Zé Gotinha
O Zé Gotinha, que conquistou o coração dos brasileiros, está se despedindo? Não! Mesmo com a transição para a vacina injetável, o Zé Gotinha continuará presente, mas seu papel passará por uma transformação.

Ele permanecerá nas campanhas de conscientização, lembrando pais e crianças da importância de manter o calendário vacinal em dia.
Podemos até imaginar que o Zé Gotinha se tornará uma espécie de “influencer” das campanhas de vacinação, usando sua popularidade para sensibilizar e informar a população sobre as novas diretrizes.

A importância da adesão às novas diretrizes
Essa mudança faz parte de um movimento maior do Governo Federal para retomar as altas coberturas vacinais no país, que têm sofrido quedas preocupantes nos últimos anos.
Desde 1989, o Brasil não registra casos de pólio, mas a diminuição da cobertura vacinal coloca em risco essa conquista. Em 2023, a cobertura vacinal ficou em apenas 77,19%, longe da meta de 95% que garantiria a imunidade coletiva.
A ministra da saúde, Nísia Trindade, destacou a importância desse movimento contínuo pela vacinação. O esforço não é apenas do Ministério da Saúde, mas de toda a sociedade, que deve se mobilizar para proteger as novas gerações contra doenças erradicadas.
Mesmo com a mudança no método de administração, o compromisso com a saúde pública permanece inabalável. O Zé Gotinha pode até trocar as gotinhas pela função digital, mas seu papel como guardião da saúde infantil continuará sendo vital para o futuro das crianças brasileiras.

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